domingo, 21 de abril de 2013

Capítulo 4 ~ Terrible Love

"Eu estava cansada o suficiente pra dormir, mas tentei combater a exaustão. Não perderia nem um segundo do tempo que tinha com ele. De vez em quando, enquanto conversava com Alice, ele de repente se inclinava e me beijava - os lábios suaves como vidro roçando em meu cabelo, em minha testa, a ponta de meu nariz. A cada vez era como receber um choque elétrico em meu coração há muito dormente. O som do seu batimento parecia encher a sala toda.
Era o paraíso - bem no meio do inferno." 
Lua Nova - Stephenie King




Talvez tenha perdido  o dom, ou o costume como quiser dizer. Ou talvez no começo disso aqui tudo era mais uma brincadeira de uma garotinha que queria conhecer o mundo, que nunca havia chorado de uma verdade por algo estilhaçado em sua garganta e peito.

Demorei para voltar, mas não vou ser previsível, talvez não suma de novo, mas vou estar apenas olhando atraves das pratileira. Se um dia alguém novamente parar na vitrine, vou lhe cumprimentar. 

***

Era uma ideia louca, mas mesmo assim eu fiz. Sentei na escrivaninha do quarto e comecei a escrever aquela carta, era direcionada a você. Afinal pra quem mais seria?
Meu coração bateu rápido mas eu não costumo sentí-lo, minha letra mudava no meio da escrita, ficava nervosa e a mão suava. Eu queria que você entendesse bem o que aquilo significava para mim. 

Agora estava naquele ônibus, ainda não era para se considerar tarde, mas eu queria voltar logo para casa também. Você ainda não teria chegado da faculdade mesmo, eu tinha receio de vê-lo, mas desejo do mesmo.

Quando entrei naquela casa novamente, meu coração chegou ao estômago. O abraço da sua mãe me fez sentir como me sentia no passado. As conversas e as risadas por alguns minutos. 

- Você parece chateada,  você está chateada?

-Não, não é isso Clau... é que eu sinto falta daqui.

Ela sorriu - É eu entendo, sempre nos apegamos muito, mas você sempre virá nos visitar né?

- Uhum.

Passei o beiral da porta da sua casa com as lágrimas ainda nos olhos, mas elas não desceram mais. O ar frio daquele lugar fez com outras lembranças chegassem a mim, mas eu as reprimi com um sorriso, o que eu devia ter feito eu havia feito. Os livros estavam na cabeceira da sua cama, e apertado entre eles havia um envelope roxo e uma carta. Obrigada.

Aquela noite voltando naquele trem vazio, minha garganta doeu mais um pouco.

***

Hoje dormi abraçada com a corujinha que você me deu. As vezes quando deito, sinto você me abraçando como quando fazia antigamente.
E eu que cheguei a falar para Morg que havia te superado, porque voltei tão fortemente a sentir isso.
Você não foi embora afinal, você também não quer, eu não quero.

***

Vim dormindo no colo de Thi, recebi uma mensagem de Gus e fiquei preocupada com essa situação. Afinal haviam aumentado as pessoas que me amavam nesse meio tempo, e as pessoas o qual eu não gostaria de machucar também.

Ele fazia carinho em minha bochecha e depois passava os dedos arrumando meu cabelo. Não quero usá-lo de substituto a tudo o que você me fez conhecer.
Eu não consigo parar de me importar, isso me forma. Sou assim.

Quando nos despedimos ele me beijou, mas depois abaixei a cabeça.

- Você se enjuou de mim né? - Perguntou Thi no meio de um sorriso.

- Não... - eu não sabia o que reponder. - não é assim, mas... as coisas também não são desse modo, eu ainda tenho algumas pontas soltas aqui dentro e... eu também tenho outras coisas.

-Não precisa se justificar, linda. - Sorriu novamente - Apenas disse isso... mas não se preocupe.

Entrei para dentro do prédio e sorri enquanto o portão fechava deixando minha visão entrecortada por algumas barras de ferro e ao fundo ele.

-Desculpa.

Subi as escadas tentando não pensar nisso, talvez isso se chamasse traição? Uma traição contra mim mesma, o que é sentimento quando não estamos de tpm? Afinal de contas por que preciso ser tão inconstante? 

***

Pelo menos eu sei que no meio de tantas brigas, por ter me deixado tão magoada B, talvez eu  não seja capaz de te esquecer.

***

Você só vive uma vez. Todos de preto, a sala lotada, Lipe, Mandy e Denis. Encontro de fãns da melhor saga já escrita entre anos, Divergent. Foi uma tarde gostosa de domingo, diversão pura, demorou muito para perceber o quanto meu coração era gigante, e assim foi feito para amar vocês. 
Caros Divergentes da Amizade e Audácia, eu digo uma coisa, para se amar precisa ser corajoso e todos são pelo menos uma vez na vida, para se confiar precisa ter carinho e acredite não são só os dedos que os dão, mas para ser forte, precisa-se sorrir. 

Amores podem ser terríveis mas no final, enquanto chove ou faz sol, você vai pular de alegria com quem te da valor. E eu acredito nisso, seja com quem for.





sábado, 9 de março de 2013

3º Capítulo - Aquelas borboletas...



"- Sabe, a maioria dos garotos adoraria estar trancada em um lugar fechado com uma garota. - Giro os olhos para cima. 
- Não os claustrofóbicos, Tris! - Ele soa desesperado agora.
- Tudo bem, tudo bem. - coloco a minha mão sobre a sua e a guio para o meu peito, colocando -a sobre o meu coração. - Sinta o ritmo do meu coração. Você consegue senti-lo?
- Sim.
- Você percebe como ele está estável?
- Ele está acelerado.
- É, bem, mas isso não tem nada a ver com a caixa. - Faço uma careta assim que digo isso. Acabei de me entregar. Espero que ele não tenha notado - Toda vez que você me sentir respirar, respire junto. Concentre-se nisso.
(…)
- Tudo bem. - Ele dá uma risadinha trêmula ao lado do meu ouvido. - Por que o seu coração está batendo tão rápido, Tris?"


- Divergente

***

Está quente demais, mesmo depois de tempestades caírem, ainda continua muito quente. A vista da janela do meu quarto mostra as nuvens escuras que estão se aglomerando. A melhor coisa é olhar para o céu, mesmo se estiver chovendo, mesmo que esteja fazendo um céu a pino... olhar para o céu é relaxador, é apaziguador.

Acordei pensando na última pessoa que havia falado aquela noite. A voz dele no meu ouvido me despertava dos meus leves cochilinhos, mas ao mesmo tempo que deixei essa sensação crescer no peito, a fiz se conter a não sair por um suspiro.
Acho que é o certo pensar assim. Hoje em dia as coisas estão invertidas, sinto o que ele sentia, acho que ele soube onde pisar e eu prefiro olhar bem para os pés. Não posso tropeçar nos meus cardaços e nem pisar no chinelo de alguém, não quero que ninguém caia. 

***

Era de manhã e o vagão estava lotado, pessoas se sacolejando e se sacrificando para caber num espacinho sobrando. Metrôs de São Paulo, só tendem a piorar. 
Mas eu não me importo de ir amaçada se estiver com você, meu dia começa de forma diferente, especial. 

Toda vez que você encostava em mim eu tinha um sobressalto interior. Quando me segurava para não cair, e me abraçava pela cintura eu mais notava seus gestos do que lia meu mangá. Virei meu rosto para te observar e o vi fitando além da janela, não imaginei o que poderia estar pensando, mas eu ri porque sentia sua mão fazendo carinho na minha. Em instantes me perguntei se você estava notando o que fazia, ou fazia distraidamente. 

Senti a força do meu corpo esvair e não consegui conter os sorriso que vinham junto de uma sensação engraçada no estomago. Ainda tenho as reações de uma garotinha, isso é tão engraçado. 

Em uma noite que se passou eu te mandei inúmeras mensagens, estava meio chateada, estava preocupada também, e quando você me abraça eu sinto como se tudo estivesse bem. O que será que é tudo isso... pode sobreviver depois de tanto tempo assim?

***
Fechei os olhos e me espreguicei, o sol estava me queimando pela brecha da janela, levantei e procurei por seu status, mas hoje eu sei que você vai sair e por isso eu espero que esteja se divertindo, porque o motivo de estar escrevendo novamente é que você me faz bem. Sinto a magia dos contos voltarem para mim, como se eu vivesse na nossa Realidade Paralela sempre.

Eu sei que depois te tudo isso, as coisas vão voltar a ficar complicadas dentro da minha cabeça, mas... está me fazendo tão feliz agora, com borboletas na superfície do meu estômago. 

sábado, 26 de janeiro de 2013

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Come Back!

Deitou na cama com os fones de ouvido, lágrimas nos olhos. Olá, estou de volta.
Se passaram quase dois anos tão rapidamente, surgiram tantas coisas e muitas delas também se vão com esse ano...
Passei setembro chorando, corri por outubro e novembro numa mescla de felicidade imensa para dezembro me esborrachar no chão por ter voado muito alto.
Não lembro mais o que aprendi, não vejo aonde mudei, as vezes enxergo coisas embaçadas, mas são apenas novas lágrimas.

Não são mais palhetas, nem alianças no meu colar, hoje carrego comigo uma chave. Dos meus segredos, da minha alma.
Dependi muito das pessoas e me perdi, perdi o controle das coisas e de toda a felicidade que eu tinha ou poderia ter, estou juntando, catando meus caquinhos. Seria tão mais fácil se tudo começasse de novo.

Aonde eu posso recomeçar?

***

Estávamos deitados, não existia mais Hell na frente de casa e o Gus já havia se apaixonado por outra pessoa, estava somente eu e o Thi... e minha mente vagava pelo B.

***

Todos os dias o sol se põe e eu vejo o céu escurecer, dando espaço para que as luzes de natal brilhem aqui na terra enquanto as estrelas fazem seu trabalho. Está tudo tão diferente de como era antigamente, está tudo tão vago, tão vazio... está faltando ele.

Fechei meus olhos para sentir o vento, estava alta, perto das nuvens e desejando nunca mais descer de lá.
Mas acordei rapidamente dos meu desvaneio assim que arremessaram a saudade contra o meu peito, sem dó... sem tempo de tomar ar, de respirar, já feito desse jeito para chorar, gritar.

Tremo ao escrever tudo isso, tremo sem motivos, mas mesmo assim tremo.
Sinto a falta dele com uma força tão descontrolante que nem eu sei o que farei quando o vê-lo novamente.


***

Estava escurecendo, era quase uma tempestade mas nem isso me amedrontou de ir ver o mar. Peguei na sua mão e corremos pela areia, você me ergueu do chão e rodopiou. Me beijou e voltamos caminhando para casa, todo mundo estava lá e você sorria.

***


Acordar num domingo com as utimas lembranças de um sonho assim foi apaziguador, me levantei e fui ao computador, vicios são vicios e não mudam.
Só queria ver uma coisa, seu status verde para mim.

Um dia quem sabe ficaremos juntos, um dia quem sabe B... os nossos sonhos se realizem ao mesmo tempo, um do lado do outro.. um pertencendo ao outro, porque eu tenho certeza meu pequeno anjo, eu te amo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Real Life

Todos somos iguais em questão de escolhas, mesmo se no final alguém for covarde e ter medo de escolher seu caminho, ele escolheu ficar parado e ver tudo que seria bom passar pelos seus olhos, mas não poder alcançar.

Vou contar de mim, seja bem vindo a um mundo de realidades manupuladas. Te apresento o meu coração, pelo menos aqui eu tenho um espaço para derramar os pensamentos.
Seja bem vindo meu caro amigo, poderá me conhecer... a nova versão, aquela que se foi por um tempo e aprendeu muita coisa, ou algumas para poder voltar a lhe escrever.

Vem viajante, navegar por essas emoções se lhe convier, prometo que não vai se arrepender, posso cantar feito sereia para te chamar.
Ou tragar seu coração e depois o arrancar com as mãos e um sorriso sincero no rosto, nunca quiz enganar... você quem fechou seus olhos, mas deixe isso para lá. Venha não é preciso enxergar, apenas ouvir e entender, vou lhe contar uma historia.

Minha história, sem medo e com verdade, sem máscaras ou receio, se quizer... minha mente será aberta enquanto seus coração guardar os meus segredos, se cale e afunde aqui, sele com mão firme o nosso trato.

Tola, como era tão tola. A vida real é tão distante daquilo que sempre sonhamos, somos como passarinhos que aprendem a voar, sentem a liberdado na ponta dos dedos, sentem a imensidão se implantar dentro dos corações agitados mas com o tempo que vão batendo as asas se cançam e precisam achar um lugar para pousar em segurança, e no momento que voar perde a graça se vê forçado a fazer isso sempre e sempre, até morrer. Isso é viver.

As grandes conquistas são as que fazem a diferença, a vista, o vento, o canto, o amor.

Não quero ensinar ninguém a viver por essas palavras, vamos ao que interessa finalmente.

Estou com dor de cabeça, o escritório tem um ar tão cansativo. Queria estar em casa deitada, ou um pouco melhor alimentada mas em pensar que demorarei mais 4 horas pra chegar em casa fico desanimada.

Não ter certeza de nada nessa vida me faz sufocar, não ter noção do que pode acontecer me irrita, mas estou me acostumando a me sentir não muito mais que nada. Pelo menos é isso que ainda tenho nas mãos, quanto será que vale o nada?

Essa ultima semana não foi a das mais agradáveis, são sonhos e pensamentos pertubadores e as vezes confusões, nem acredito que isso ainda possa existir... como sou tão menina ainda. Depois de tanto tempo ainda continuo sendo a mesma.

Uma bonequinha de pano...

sexta-feira, 9 de março de 2012

2º Capítulo - Só mais um pequeno momento de garganta queimando.

As pessoas se esquecem das coisas, das promessas... elas se lembram de coisas do passado quando o vazio grita dentro de si.

Pequenos passos eu dei desde então, grandes caminhadas eu observei os outros atravessarem, as lágrimas de alguém que está machucado não modifica o todo, observar os outros te ultrapassarem na sua corrida de vida é a forma mais desmotivadora de existir.

Parou no acostamento, sentou e sentiu a testa gotejar de suor, aquela manhã tudo parecia uma tempestade... era apenas as nuvens que se juntavam para cair os trovões sobre minha vida.

Não havia mais cidade pacata, mal ficava naquela rua silenciosa e fútil, mal via as pessoas que no passado me preencheram, mal via as coisas que antigamente eram o que me restavam daquela vida consolada que eu tinha.

Os dias passam e as noite ficam mais curtas, só para te lembrar que amanhã tudo será pior... tudo terá mais tristeza, mas desespero... para sua mente que nunca relaxa nem nos sonhos que se tornam aterrorizadores.

Engraçado como você tenta apagar muitas coisas da sua cabeça, você se marca no meio do lixo e tenta pelo menos tirar a sua alma do saco preto, sabe aquele pulso... não é mais tão limpo, aqueles olhos não tão sorridentes como de uma criança interior, aquela boca, não tão amigável quando a gentileza se retribuía de forma simples. Seus dedos ... ai seus dedos... tão imundos, o tempo passou e o ventilador se sujou, se sujou com a poeira e ninguém veio o limpar.

Quando eu era pequena eu acreditava que um dia tudo iria ser de uma forma incrivelmente perfeita, não me importava muito em pensar como isso iria acontecer, mas eu acreditava que seria... eu acreditava que meus pais eram felizes, que a senhora vizinha nunca tivera motivos para chorar.. que as decepções, ai meu Deus não sabia nem dessa palavra... achava que as decepções nunca me alcançariam, na verdade que elas nunca chegariam a me ferir, mas o pior foi se decepcionar consigo mesma. Dizem que eu me cobro muito... vou dizer porque me cobro muito, simplesmente eu criei expectativas.. aplicar a perfeição, que merda de perfeição.. eu fui crescendo procurando ela, procurando o equilibrio, tinha medo de fazer a balança despencar e um dia .. um dia .. eu vi que ninguém se importava com essa merda de equilibrio, no final tudo acaba em choro mesmo.

Eu olhei pela janela ... aqui do prédio, oitavo andar uma coisa bem suicida... mas não fiz nada demais além de chorar... sabe essa janela me fez lembrar uma coisa a mais, quando meu pai foi embora, ou melhor, quando minha mãe o fez ir embora.. tadinha não foi culpa dela, não posso a culpar assim. Ele pegou sua maleta com roupas e saiu. Não estava em casa, mas e se estivesse? Olhando pela janela e gritando, pai volta.. pai... volta.. e ve-lo virar a esquina. Devem se perguntar porque estou lembrando disso, vejo que o tempo não me deixou viver, mesmo que eu buscasse aproveitar aqueles momentos que se eternizaram na minha vida, ele arrancou muito mais de mim.

Eu amo você. Eu amo muito, de uma forma que não imagino ficar sem te ver... só de ouvir sua voz, só de saber que está pensando em mim, eu amo você... simplesmente e complexamente eu amo tanto que sinto que meu coração estraçalhado cada vez que tentei te afastar de mim... ai .. como eu amo você... dói de pensar.
Ela disse NÃO, talvez você nunca entenda, mas pelo menos se lembre que eu amo muito você.

Disseram uma vez pra mim, o fogo não continua queimando quando a chuva chega, olhe para a fogueira que ficou no chão, aquelas marcas pretas, negras te decretando que tudo findou... uma vez eu vi.. uma vez eu vivi, outra eu imaginei, ei não tem quem resolve esse meu quebra-cabeça, já não escrevo para ser entendida, mas apenas porque meus dedos sentiram vontade de falar essas palavras soltas.. corre contra o vento para busca-las novamente, a razão de meu coração continuar batendo.

domingo, 18 de setembro de 2011

4º Temporada - 1º Capitulo - Meus casos

Os cabelos me cobriam os seios enquanto a água jorrava sobre a minha cabeça, a vontade quebrar aquele banheiro me era muito forte, mas susseguei.

Tudo estava acontecendo tão rápido, as coisas estavam mudando e muitos lamentos e dúvidas se juntando, mas tudo bem, nunca prometi ser forte e também nunca disse que era capaz, mas por enquanto vou acreditando que posso.

***

A aliança já não envolvia mais o dedo, estava sendo apertada levemente, era uma sensação tão ruim. Eu fechei a porta depois de devolve-la, ele me disse que não queria chorar na minha frente, mas havia tantas coisas que eu desejava conhecer, nunca gostei daquele sentimento de prisão que eu sentia.

Thiago me entendeu, entendeu que eu não conseguia mais ficar com ele e por isso ele aceitou e saiu, caminhou lentamente achando o chão para não cair em sua tristeza, não namorávamos mais.

***

Filipe estava sentado na arquibancada comigo, estavamos comendo yakissoba e rindo a toa, olhando Neko, nadando em seu aquário emprovisado. Começou a chover lá fora, só havia casais ali em cima, o coberto fazia um som de pingos fortes mas nada nos molhava. Ele me pediu um beijo, fazia um mês que não estava mais junto de Thi, era estranho, seria a primeira pessoa que eu beijaria depois dele. A tarde inteira se passou e eu fiquei ali com Filipe, abraçada na arquibanca ao pescoço dele enquanto ele me fazia esquecer do resto.

***

Descemos a Augusta inteirinha, uma garrafa de vinho na mão e rindo abertamente, a noite estava fria. Houve um apartamento, uma madrugada de rock a claro, bastante cerveja e um amasso sobre o tapete.

***

E Thi estava sentado na cadeira de plástico, duas garrafas de vinho sobre o freezer, na primeira vez foi um beijo para me acordar, dormi no chão da garagem do Heitor, mais do que isso foi um beijo intrigante, quando estamos bebados fazemos coisas erradas, fazemos coisas que nos faram sofrer ou se arrepender, vemos coisas que não nos faram bem, quero rasgar muitas páginas da minha vida, quero escrever tudo de novo se eu conseguir, tantos beijos, tantas coisas sem sentido isso me deixa irritada com a minha falsidade e putaridade, mas vou tentar explicar tudo o que aconteceu, só espero que quem me conheça não se assusta com minhas ações, as verdades podem trazer espantos mas melhor do que uma mentira lavada, aquela que trás vontade ao coração de derramar lágrimas, se espremer em sua própria verdade contida... algo que atormeta a alma.


Já não tinha mais jeito, não estavamos juntos. Agora era o F ele era um anjo, mas mesmo assim não consigo amar alguém, eu o machuquei tanto, me odeio demais por ter feito muitos passarem por aquela dor no peito. Agora eu entendo, eu choro como troco, porque eu plantei dor para colher o mesmo.

Ainda estou pensando no que o Thi sentiu quando viu o Heitor me beijar, eu já não tinha mais controle sobre nada naquele momento.

No meu mundo de putaria, traição, amigos e alcool, acho que só fui me estragando, espero que ninguém venha aqui ler isso para que depois não me dê uma bronca, eu já estou escrevendo e decidindo mostrar isso porque eu aprendi a lição... não vai acontecer mais.

Estou puta com as minhas atitudes, como posso ser tão irresponsável? Pablo estava deitado no tapete, bebendo comigo e ouvindo som. Jess já havia ido para o quarto, com um amigo... o que não me parecia uma idéia muito legal... fazer o que? Cada um escolhe os seus passos, mesmo que isso seja uma mentira, é o que acontece, e é o que deve se acreditar.

Agora as coisas haviam mudado, estava trabalhando, estava solteira, estava perdida e magoada, com milhões de borboletas no pulso impedindo que esse fosse cortado.
Caindo, não tem aonde segurar, vou olhar para o alto e voltar a escrever depois de muito tempo chorando.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Cap.10 Há um tempo.



Eu evitei muito entrar aqui olhar todas essas postagens e abrir minha mente para postar novamente. Mas quando se tem algo que lembra tantas memórias não é fácil abandonar. Ainda leio algumas histórias lá do começo, meus lábios se abrem em um sorriso, apesar de tantas complicações eu vejo que era muito bom tudo aquilo... mas o tempo passa, tudo passa e os costumes, os amigos, tudo vai se esvairando pelo tempo e mudando, se modificando... se acostumando naquilo que é determinado a cada um, só que ninguém percebe enquanto isso acontece e quando olhamos para trás, podemos sentir saudades.

Sim, em todo o tempo que fiquei fora, que não escrevi nada eu chorei, sorri, lembrei, amei... mas são sentimentos e eles afloram quando querem, ou quando precisam.

Estava na sala de espera, mas eu podia jurar que ainda tinha chances, mas quando aquela pessoa falou:

▬Você não foi mal, mas ela foi melhor.

Eu sorri e dei um abraço formal, sai da sala ainda sorrindo, banindo da minha cabeça qualquer pensamento, mas não se pode fugir da própria dor... Apertei o botão do elevador, mas não o esperei, desci pelas escadas com a mão na garganta, ardia muito segurar tudo aquilo que queria sair pelos meus olhos, lágrimas.

Quando olhava-me pelo reflexo do vidro do metrô podia ver meus olhos vermelhos, e era quando eu cobrava mais de mim e minha crença de que mudaria ia sumindo de mim mesma. Os meus pés doiam, o salto era alto, como desejava meu all star naquele momento, estava cançada, com sono e fome, saíra correndo de casa, com o peito em chamas de esperança, mas a chuva me alcançou aquela vez...

Por mais que eu tentasse me recompor não era nada fácil ignorar os ecos dos momentos na minha mente, eu queria sumir.

Abraçar um ursinho, me enrolar nas cobertas e não falar com ninguém, assim agi quando cheguei em casa, mas não é fácil esconder algo que nos aflinge. Por muitas vezes sorri quando queria chorar e muitas mais engoli meu choro para não ouvir perguntas e tê-las que explicar, era como me matar por dentro.

Os dias passaram, mas ainda dói a sensação de que nenhum castelo tem firmeza quando construo, aquilo que eu acredito será... mas é dificil acreditar quando tudo parece escurecer.

Mas há um tempo para fazer com o que o que fazia mal sumir...

Estávamos na área, conversando, na verdade brigando. Eu e o meu sarcásmo convincente de irritação, ele e a incredulidade nos olhos. Não iria ceder, nenhum dos dois...

Aliança não é um bambolê que se põe no dedo para enfeitar, e eu me apego muito fácil as pessoas, mas tenho que aprender também que dizer eu te amo requer muita responsabilidade. Sou aquela que tomou um coração de outro alguém, mas amor não suporta tudo, porque aonde tudo soporta desconfio que exista amor...

Mas os meus altos e baixos de temperamento se acalmaram no outro dia, o que me fez ir até ele e chorar em seu colo com tudo que estava acontecendo.
Aquele dia eu descobri como decepção doia, imagine uma amiga, você confia e ela só estava mentindo, mentindo o tempo todo. No sorriso havia mentira e na própria risada ela zombava de mim...

O que eu deveria esperar? Todos temos que nos acostumar com pessoas nos julgando, falando mal... mas isso me importa, sim, me machuca e eu não consigo esquecer assim rapidamento, infelizmente vai ficando lascas de choros, medos e tristeza aqui, no peito... qualquer dia acho que vou explodir.

O problema do tempo é que ele não avisa quando as coisas vão começar a mudar, e quando notamos ela já começou a muito tempo... e tudo parece ficar rápido. As coisas se foram tão rápido...mas não posso viver no passado, mesmo que seja mais prazeroso viver nas lembranças, tenho que enxergar essa realidade e começar a excluir o meu mundo paralelo.

"Para quem vê meu pequeno sorriso de contento, peço que não o ignore e procure a verdade nos meus olhos, seria mais difícil se a descobrissem... tento mantêr meus segredos e minha dor, escapar com um pingo de esperança para poder sorrir por segundo por causa de uma verdadeira alegria."

As coisas não iriam melhorar por causa de meus choros, na verdade nada mudaria. Mas ainda estou tentando me levantar da minha queda... e aprendi a ser menos escandalosa, com o tempo engolimos o grito e o transformamos em atos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cap 9. Uma suspeita, nada além disso.



Apenas uma suspeita.



Estava me perguntando porquê que meu blog tinha esse nome. ''Happy Days''... se ultimamente as coisas que andavam acontecendo não me traziam tanta felicidade assim.



A cadeira estava gelada quando me sentei, um sorriso apesar da aflição que eu escondia dentro de mim, Daniel, o nome do médico, muito simpático ele... amigo da Lilly, nem precisei esperar para ser chamada. O posto aquela hora estava bem movimentado, andando pelos corredores, dando ois e sorrindo para as pessoas que acabara de conhecer depois de Lilly me apresentar.



Ela saiu da sala, mostrei a minha unha, bendita unha e-e'. Ele a fitou, demorou um pouco até que voltou a sorrir para mim.


▬Não acho que seja melanoma, porque o cancer quando ele surge é de uma pequena bolinha negra que ao decorrer do crescimento da unha se entende numa linha, mas na sua unha ela apareceu inteira e completa. Talvez seja algum trauma que você teve, uma batida ou algo do tipo que ocasionou o surgimento dessa listrinha.


***


Eu sorri, já estava pensando que iria ter que mudar o nome do blog para '' Girl with Skin Cancer'', tá sei que a piada foi uma merda e muito sem graça e-e'...


***


Mas meu exame não terminava por ali, eu tenho muitos problemas de pele, eu sei '-'... manchas pelo corpo e pele sensível. Recebi três folhas de medicamento, sai com uma sacola cheia de comprimidos e pomadas, agora falta comprar meu filtro solar em gel... e-e' mami e Lilly vão reclamar dos gastos, ou não... melhor ter somente isso do que cancer :3



Sai da sala e dei os tchauzinhos básicos para o pessoal, fiquei pensando se as pessoas da recepção não achavam injustiça quando um funcionário do posto traz um parente fora da região para ser atendido pelos colegas, mas depois pensei mais, se fosse realmente levar a ética assim, ela estaria me prejudicando, e a ética não prejudica ninguém quando é posta corretamente.



Em paz vim para casa. tinha acordado cedinho, o sol nem tinha nascido direito, agora estou morrendo de sono, é eu sei '-'... você diria que era para mim dormir né? Então vem arrumar a zona que Lilly e mami fazem enquanto se arrumam .-.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cap 8. Que hora será...
























...que o sol vai nascer de novo?


Eu esperei muito tempo para poder dizer que estava feliz, precisei esperar que ela fosse embora para poder ficar com a essência dentro de mim, a lembrança.

Poucas palavras sábias, entrei dentro do banheiro e sentei no vaso, mas não o usei, esse não era meu propósito desde que adentrei aquele lugar, curvei-me sobre minhas pernas e chorei, desconsolada.

Não deveria ter ido, não deveria ter aceitado, foi um erro... não, talvez era uma forma de mostrar o que eu nunca deveria fazer, ou ter feito.

***
Mas um mês se abre junto dos astros que o indicam, mas uma parte do grande ano que vem sem preguiça e aparentemente sem pressa. Coisas aconteciam e me perguntei o motivo, mas nunca vem a resposta que esperamos...

Caiu chuva sobre a terra, molhou todos e tudo, consumiu o pó e transformou em barro, o qual nos desvencilhamos para evitar a sujeira... eu fugi.

***

Escolhas e consequências, vontade e satisfações, a vida é feita de tantos quesitos que quem tenta estudá-la morre sem concluir. Estava fora da minha tribo, estranhamente sozinha.

Olhava para baixo e via as escadas rolarem, pessoas e mais pessoas subindo... juntas...

***

Estava sentada na cadeira do cinema, pensando enquanto os treilers passavam, nas minhas responsábilidades, não tinha mais como adiar...
Duas horas dentro da sala escura, olhando para uma enorme dela e pensando que fora uma boa ideia ter ido, mas assim que os créditos passaram desci as escadas murmurando.


I don't believe.

Uma passada rapida no banheiro para cobrir minha desepção, já que lá fora estariam a me esperar...
Não quero mais falar, o silêncio é o maior escape que se pode ter, não quero mais lembrar... vamos, infelizmente tenho que viver.


O sono me atingiu poucas horas depois, não me lembro mais dos sonhos que ando tendo, acho que é por estar dormindo muito pouco, isso me faz lembrar de outra coisa, pain.

Espelho, reflexo daquilo que temos curiosidade, mas não queremos ver... demonstra todos os defeitos, todas as pequenas belezas, as hipocrizias e somente uma contrária verdade.
Aquilo que me encomoda pode ser visto, pode ser tirado... pode machucar.

Mudança é uma palavra que dá medo quando se planeja ela decididamente... e será uma grande, as vezes ficar deitada embaixo do cobertor procurando fugir da luz e das pessoas é mais aconchegante... guardar pensamentos para que se tornem eternos, fazer momentos serem revividos, mas o controle da vida tem muitos botões, menos o replay.